domingo, 11 de abril de 2010

SOLIDARIEDADE: O FUTURO DO PLANETA

As chuvas da última semana, que deixaram o Rio de Janeiro sob estado de choque e indignação, nos chamam à reflexão. Deusas e deuses contemporâneos também vivem calamidades em meio ao dia-a-dia agitado e têm que conviver com elas, queiram ou não queiram, é inevitável, e não adianta culpar a fúria da Natureza. Não, a Natureza não é responsável pelo alagamento de ruas, avenidas e casas, nem pode ser condescendente com o total descaso e arrogância do Homem, que constrói casas onde não deve e entope a terra com lixo e poluição. Bem, o objetivo aqui não é achar culpados, pois isso, a mídia já está fazendo. Aliás, para a "Senhora da Verdade" é tudo muito fácil, em nome do espetáculo, põe logo a culpa nas autoridades e no povo irresponsável que não vota direito... E quanto ao seu papel de formadora de opinião?  Fica isenta de responsabilidade? Mudemos o rumo desta prosa-tragédia.

Que lição podemos tirar desta lamentável situação em que se encontram  a cidade maravilhosa e adjacentes, debaixo d'água? A solidariedade e a gentileza, que podem ser encontradas sob os escombros dos desesperados da chuva ou dos abalos da terra. O velho ditado "a união faz a força" renasce mostrando que nunca morreu, na verdade, as pessoas é que se esquecem de que não podem viver sozinhas. Porque na hora da calamidade, da perda, do desamparo, há sempre uma legião de voluntários anônimos, vestidos de esperança e cordialidade, compartilhando o que têm e às vezes o que não têm para amenizar o sofrimento do outro. Em tempos de competitividade e capitalismo selvagem é confortante ver a mão estendida ou a casa aberta, a oferta de donativos, o trabalho incansável de pessoas comuns, que não ganham materialmente nada em troca, apenas a certeza de que fizeram tudo por alguém que perdeu quase tudo. Então, confirma-se a profrecia popular: "gentileza gera gentileza", a sabedoria milenar japonesa: "gratidão gera gratidão" e o mundo respira confiante, pois a Terra continua evoluindo.

 O trabalho de voluntários não apenas nas calamidades é outro fato a ser analisado. Milhares de brasileiros doam parte do seu tempo ou dinheiro por causas humanitárias e sociais, ou para trazer de volta a dignidade, a beleza, a arte, a contemplação, o Belo. E nós somos um dos povos que mais ajudam uns aos outros. Há alguns meses, uma pesquisa feita pelos britânicos me chamou atenção. Eles chegaram à conclusão de que o ser humano não consegue ser feliz apenas vivendo para si mesmo. Foi constatado por números que o grau de felicidade aumenta quando um indivíduo sabe que outras pessoas também estão prosperando. Então, é a ciência provando que o individualismo não está com nada.

Conheço muitas pessoas que fazem trabalho voluntário, às vezes até desembolsando grana por uma causa, porque acreditam que essa ação pode fazer a diferença. Esses seres conscientes se doam para melhorar a vida de outros e eu observo que eles são muito felizes, sentem-se mais satisfeitos com o que têm e entrando em contato com as dores alheias, têm menos a reclamar. Cada vez mais me convenço de que o futuro da Humanidade depende da nossa capacidade de olhar o todo, de sairmos do nosso próprio umbigo e enxergar o outro como a nós mesmos. Assim como ensinaram os grandes mestres: Jesus Cristo, Maomé, Buda, Mokiti Okada. Experimente. Seja o mestre da sua própria existência!