segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ROMANCE NO CINEMA OU CRÔNICA DO AMOR PERDIDO


Meninas e meninos, respondam rápido: quem não gosta de uma boa história de amor? Quem assume que gosta ou pelo menos uma vez na vida já apreciou algum romance no cinema ou na literatura vai se identificar com o assunto. Quem respondeu que não, talvez possa mudar de opinião aqui mesmo, para que garantir o futuro da Humanidade!!! Eu sou fã do gênero, sem preconceitos, e vejo sempre que posso. Claro, tento escolher as histórias mais inteligentes ou ousadas, só de vez em quando encaro uma dessas comédias desconcertantes que Hollywood adora e me divirto com o ridículo mesmo.

Então, quero falar agora de dois filmes em particular, que acabo de assistir e que valem à pena o comentário e uma comparação inevitável. O primeiro é uma comediazinha despretensiosa, mas charmosa, que tem a presença simpática de Nia Vardalos - aquela do Casamento Grego. O mocinho é um gato que toda mãe queria como genro, John Corbett - que fez o Aidan em Sex and the City. Lembraram?? Aquele bom moço dispensado por Carry Bradshaw no seriado... Situados??? Então, o filme é "Eu odeio dia dos Namorados", pelo título a gente já pensa: "até parece!!!" E é isso mesmo. O enredo é simplérrimo, mas tem um humor discontraído e leve. A mocinha, que faz todo mundo feliz, tem regras estabelecidas sobre os encontros amorosos, bastam cinco para dispensar o cara, nada de esperar ligação no dia seguinte, frio na barriga, pânico do sábado à noite. Legal, né? Mentira. Depois que ela conhece o bonitão que eu acabei de citar, tudo se complica e ela descobre que está apaixonada. Claro que não vou entregar o final, quem quiser corre para a locadora porque é legal.

O segundo filme é bem melhor, mais denso e sensível. Claro que temos que perdoar Nia Vardalos, porque comédia é sempre mais difícil do que drama, ainda mais quando temos uma senhora dupla de atores em ação. Estamos falando de Dustin Hoffman e Emma Thompson, em "Tinha que ser você". Esse é um daqueles filmes que pensamos de início, o que será que esses dois estão fazendo nessa história simples, cotidiana, sobre a solidão e a maturidade? É exatamente isso que trata o enredo, muito bem escrito e com performances adoráveis. Pela primeira vez vi Emma sem nenhuma pretensão, atuando com tanta entrega numa personagem corriqueira, introspecta, mas ao mesmo tempo tão humana. E Dustin vivendo um cara que não se encaixa na própria vida, que não é bom nem mau, que poderia ser qualquer cara na faixa dos sessenta - o meu pai, o seu. O diferencial aqui é a verdade dos atores que se derramam na pele de duas pessoas solitárias e um tanto quanto tristes tentando agarrar a última oportunidade da vida no amor. Um belo filme com dois belos atores.

Agora sobre os filmes de romance em geral tenho que admitir que as histórias estão muito reais. Nada de conto de fadas mais. O que é bom porque podemos nos enchergar e nos reconhecer nos personagens, rir de nós mesmos ou chorar... Acho que é terapêutico de certa forma. Demos adeus a Julia Roberts e seu príncipe rico, salvador, de "Uma Linda Mulher" e ao professor de dança bonitão que encantada a mocinha ingênua de "Dirty Dancing" - sucessos dos anos oitenta. Vivemos um novo século, com novas e velhas questões jogadas direto na nossa cara. O velho sonho de encontrar alguém especial e mergulhar no amor ainda existe. Uffa! Mas com ele vem o pesadelo do medo da rejeição, do sofrimento, do desencontro, da frustração, da separação. Essa é a tônica da maioria das histórias de amor modernas e se fizermos uma autoanálise (lá vem aquela chata...) veremos que todos nós já vivemos uma ou duas ou trezentas desilusões amorosas. E dá um certo desânimo toda vez que recomeçamos o movimento de conhecer alguém, se apaixonar e tentar descobrir se o romance engata ou não. Mas, assim como nos bons filmes de amor, na vida real, em algum lugar da nossa alma, optamos pelo mergulho no escuro. E saltamos de novo para o amor.

Então, queridos leitores. Em 2010, vamos fazer um brinde ao mais velho e maravilhoso sentimento da vida. Ao amor!!! Que ele aconteça na ficção e na vida real.